sexta-feira, dezembro 18, 2015

ADORO-TE CASA QUE NUNCA TE ESQUECEREI

 

Um texto admirável feito de breves memórias, que frisadas ainda pela sua singela frescura, já muito treparam pelos horizontes criativos - da significação e do sentido - de uma curta mas já inquieta biografia. Sem azedumes, o diálogo sensível e inteligente dos momentos bons e menos bons avista-se extremoso na sua estimulante desarmonia. Bom sinal; estamos perante uma tenra maturidade de apenas 13 anos que, crescendo e no seu crescer, vai incorporando e compreendendo as naturais tensões da vida, enriquecendo-se a si e à construção das valiosas perceções de se descobrir bem consigo própria na agitação natural do viver. À Madalena, minha sobrinha e afilhada, parabéns, e sublinhando o que aqui ela nos testemunha, votos que dos desacertos se sirva para ajeitar, sempre que desafiada, o seu merecido futuro. Aos seus educadores, pais, avós, familiares próximos e professores, um justo reconhecimento pela proximidade ativa e sempre presente que tal mérito respalda. Aqui deixo o seu belo escrito.

pinhalHoje tive uma boa surpresa. Vim a casa. Sim casa. Porque casa não é só onde vivemos. Casa também é onde crescemos, onde temos as nossas raízes. Foi aqui que tive os melhores momentos e também os piores. Assisti a um nascimento e a um divórcio. Chorei e ri. Por poucas palavras, aqui eu cresci e mudei. Se não fosse esta a minha casa durante tanto tempo eu não era quem sou. Não posso só pensar que aqui sofri mas que aqui fui muito feliz. Ganhei amigos que espero que fiquem para a vida. De diferentes idades, pessoas que conheci meus colegas e minha professora. Pessoas que adoro e espero nunca perder. Vim e parti. Apesar de estar novamente de saída desde lugar que sempre me apoiou, sinto muita coisa. Sinto tristeza por sentir que estou novamente a afastar-me deste local a que tenho orgulho de chamar lar, mas sinto-me feliz pela promessa que deixo de que voltarei. Voltarei em breve, porque o meu coração estará sempre ligado a esta terra, ao meu lar. Vou sentir saudades, tal como senti até agora de todos os sítios que via e de todas as memórias de um passado que aqui ficou enterrado. De coisas que sei que não voltarão a juntar-se. Por isso deixo-te a ti, minha terra e casa do coração, as saudades e a promessa de voltar, a felicidade dos momentos mais felizes e tristes. Adoro-te casa e nunca te esquecerei, tal como espero que não me esqueças,e que as pessoas que nunca esquecerei não me esqueçam. Sempre e eternamente tua, nunca sairás do meu coração e da minha memória. Não digo adeus mas sim até breve. Terei saudades.

sábado, dezembro 12, 2015

APELO À FELICIDADE DO CANDIDATO MARCELO

 

marceloMarcelo tem a noção óbvia da passagem impiedosa do tempo como igualmente tem a meândrica ideia de que o tempo é sempre feito de múltiplos e matizados tempos, nem sempre coerentes. Como o tempo não pára, o “agora” de Marcelo não é para ele um “puro presente” tornado eternidade. Por isso, afirma a felicidade certa de um “antes” desacreditando, por imaginada caução ou conveniente condoimento, o que lhe possa calhar no “depois”.


Marcelo tem muitos amigos e, mesmo não sendo eu um dos seus próximos, pode contar comigo; o meu voto será um voto devido à sua felicidade certa e genuinamente confessada. Não obstante, solidário, vou mais longe desejando-lhe que, ao lado do meu, se junte uma imensidão de outros votos a bem do regresso à sua já nostálgica certeza.


Ao professor Marcelo, votos então de muitas felicidades para que a certeza da sua felicidade se reverta velozmente da atual atimia, dispondo da sempre presente compreensão generosa dos portugueses. Marcelo merece e a esquerda, de modo igual,  não desmerece.