sexta-feira, junho 16, 2017

O SOFRIDO LABOR DA AUTENTICIDADE


Como é penoso sacudir o passado. Um passado que afinal não passa. Sempre presente, desvela uma sobra de afetos que me amarga. As palavras úteis escondem-se por trás desse mudo silêncio que me castiga. O meu eu inquieta-me e o espelho em que me procuro descobrir não se cansa de testemunhar a minha culpa. Assim, a singularidade, que laboriosamente busco, parece esgotar-se nessa briga infinda com o avesso mundo das normas e dos seus medidores. O caminho e o sentido da autenticidade, desse modo, tornam-se compromisso, dívida para com a dignidade, uma viagem sem dúvida incerta e ousada. No seu fundo, uma aventura humana que não posso, nem devo deixar de tentar. Sempre e com determinação. Não há volta a dar.

Sem comentários:

Enviar um comentário