quarta-feira, agosto 16, 2017

VERDADES E REVOLUÇÕES


20840965_2034023590069937_89526410580454051_nUm bom tema, pois há verdades (e Verdade) e também revoluções. No campo apenas das verdades, as primeiras distinguem-se da segunda na justa medida em que se colocam numa contextualidade que as determina e esclarece. A Verdade, essa outra, busca uma universalidade servindo-se decerto de uma abstração que supostamente a protege. Ao invés, as primeiras abusivamente forçam o engaste da universalidade numa particularidade que se intenta legitimar. A Verdade, essa outra imaterial, imagina-se também (por vezes) apresentar-se como uma totalidade, quiçá redutora, que tudo pensa (ou quer mesmo) arrogantemente abarcar. Neste quadro esquemático, sem pretensiosismos teóricos, assim nos vemos perante um entusiasmante imbróglio filosófico e epistemológico. Por isso, as verdades e a Verdade têm (e ganham) espaço para abraçar múltiplos planos e, igualmente, atuar em domínios diferentes de diferentes naturezas. Daí (e aí ), significados e sentidos multifacetados se fundam. Daí (e aí), as complexas revoluções se vão (ou não) realizando. Todavia, é minha forte convicção, todas elas sempre assentes nas verdades enraizadas em uma sentida e pessoal autenticidade (ou não) que nos escolta. Aqui reside, suponho eu, o eixo impulsivo da busca corajosa das nossas pequenas verdades a caminho de uma Verdade teimosamente esquiva, se bem que, nunca se sabe, potencial e existencialmente revolucionária.


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