quinta-feira, setembro 14, 2017

SEM DRAMAS, EM OUTUBRO LÁ ESTAREI


O particular, vale o que vale. Porém, significa sempre. O certo do seu alcance é o da utilidade. Do cabimento, nem sempre. Por si, não é o bastante para dar à presunção um valor comum. Diferentes particulares competem. Da disputa desata o problemático e, daí, desponta o problema. Dado que as ocultações que do absoluto e da totalidade não trazem saída, alcançam crédito as ligações que objetivam o particular. Destas se faz o político, continuadamente em aberto. O desejo de fazer melhor envolve-se quase sempre com o incómodo da dúvida e o receio da confiança. Reconhecendo que não há acordos perfeitos e absolutos, a política renasce então da sua viva dissonância. Não há dramas, decorre da natureza tensional da democracia e esta respira da sua imperfeição. Votar por uma melhor democracia? Decerto que sim, acreditando que os resultados venham a ser os mais preferíveis. Sem essa confiança, de que vale votar? Em outubro lá estarei. Por uma melhor democracia, capaz de uma eficiente e justa política. Saberei eu optar? Decididamente, sim.

domingo, setembro 10, 2017

OS NÚMEROS NÃO MOLDAM SENTIMENTOS


A política, ao institucionalizar-se, desvia amiúde o seu centro de gravidade. A apressurada dinâmica, que advém da presteza combativa do seu (des)caminho, causa ingénitos efeitos nocivos. Destes, em particular, se afloram os prementes jogos (formalizados) de poder, assim como, o arrasto de sagacidades desperdiçadas ou, mesmo, desgraçadamente transviadas. Entre outros efeitos, sequelas na perda de compreensão crítica das dominações e das oposições, nesse comum que rasga a imensidade diversa dos cursos humanos, mormente, dos inscritos na lavra do social.

Não se declina aqui a necessidade de urgência na luta política. Quiçá, por essa imperativa razão, interessa sulcar e, acima de tudo, brigar por um conceito de política mais amplo, mesmo que o reconhecendo ontologicamente incontentável. Amanhando solos abandonados e circunstâncias muitas vezes desmerecidas, na certeza que a democratização do sistema político não pode realizar-se ante a indiferença da sua capilaridade e disseminação. Mais, na convicção profunda que a democratização das relações sociais constitui o medular onde o político se crava.

segunda-feira, setembro 04, 2017

INTIMATIVAS (ALEJANDRO JORODOWSKY)


Em entrevista ao Diário de Notícias de 4set2017

“Para sabermos o que é bem, temos de conhecer o mal. Todavia, a moda atual mais perigosa é a mentalidade dos preconceitos. Está na moda encher os cérebros das crianças com preconceitos. Vivemos dentro de uma prisão mental. As pessoas têm de se libertar de uma série de preconceitos”.

sexta-feira, setembro 01, 2017

CAMINHAR SEM CHEGAR A LADO NENHUM


Quem luta incansavelmente pelo seu apuramento, o fracasso espera-o. Certamente. Porém, o trágico não se passa tanto com este, mas com aquele outro que se aprecia cumprido no museu das memórias a caminho da paz do cemitério.